Crítica: El Hoyo (2020)
Sinopse: Em
uma prisão onde os detentos nos andares de cima comem melhor do que os
que estão abaixo, um homem decide fazer algo para mudar essa situação.
Por Thiago;
Eu indiquei mas não deveria. Eu
não devia, mas vi ‘El Hoyo’ da Netflix. Não resisti, mesmo já sabendo o teor
duro da trama e tendo visto ‘Cafarnaum’ e ‘Parasita’ há pouco tempo. É
impossível assistir sem relacionar ao momento que vivemos.
Confinados em nossas casas, a
comida passa a ser uma fonte de preocupação, nada comparado ao que vemos no
filme, mas a selvageria da ‘farinha pouca, meu pirão primeiro’ já se faz notar
nos pegue-pagues do mundo.
O filme, sem pausa para respirar
em uma hora e meia, se passa numa espécie de cadeia vertical de andares
indefinidos (mais ou menos), onde cada andar é ocupado por dois presos. Os
andares obedecem à hierarquia de cima para baixo na medida em que a plataforma
com a comida desce uma vez por dia ao longo do poço, cada nível abaixo
significa menos comida, ou melhor, menos restos dos andares de cima (qualquer
semelhança com a pirâmide econômica não é mera coincidência).
Aos primeiros, um lindo banquete
à ‘La Festa de Babete’. Aos demais, despojos, ou pratos vazios e desespero que
os faz se animalizarem e apelar ao canibalismo violento. Eis que surge um preso
atípico, ele escolheu ir para lá por seis meses para deixar de fumar,
obviamente sem saber das regras, e leva como objeto único que cada um tem
direito de escolher, Dom Quixote de la Mancha.
Seu papel humanizador será um
único fio de esperança nesse poço infinito e ele encontrará na jornada alguns
Sanchos, outros Quixotes e muitos Moinhos de Vento que se revezam na luta pela
brutal sobrevivência.
Só há uma forma, dividir
racionalmente o banquete...Conseguirão? Conseguiremos...Só assista quem estiver
bem, ao final ganhará uma Panacota rsrsrs. ‘El Hoyo’ ou ‘O Poço’ não só está
disponível na Netflix como também aqui no Filme-c.
Esse Thiago além de lindo demais, escreve tão bem né? Brinca com nosso coração.
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